quarta-feira, 21 de março de 2007

Rede de ensino em municípios da Baixada sofrem com desorganização

Está cada vez mais difícil aprender na rede pública estadual do Rio de Janeiro. Além da ausência de professores nas salas de aula, a nova dificuldade enfrentada pelos alunos é o pouco espaço físico. A prova de mais uma situação desgastante para o ensino publico está no município de Duque de Caxias. O Colégio estadual Minas Gerais, no bairro de Jardim Primavera, tem em sua única turma de 3º ano do ensino médio, 98 alunos matriculados em situação regular. Esses alunos têm que se dispor em 53 metros quadrados - algo impossível numa sala que tem a capacidade para 50 alunos, sem incluir a presença do professor.
Uma triste realidade. Para conseguirem assistir às aulas sentados, os estudantes têm que chegar cedo e entrar correndo. Caso não consigam, os alunos se colocam onde tiver espaço, incluindo a parte da frente, próxima ao quadro negro, ou na parte de trás da sala. Contudo, não pense que os alunos que conseguiram lugares estão em melhor situação que os outros. As carteiras estão em péssimo estado, obrigando-os a apoiar livros e cadernos em seus colos.
Professores e estudantes mostram descontentamento com a pouca infra-estrutura. Falta de ventiladores, desgaste físico e a ausência de motivação são os itens que encabeçam a lista das queixas. De acordo com o assessor especial do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ), Canagé Vilhena, o espaço mínimo recomendado é de um metro quadrado por aluno.
A escola mandou dois ofícios para a secretaria estadual de educação relatando sobre a superlotação e falta de carteiras. Como solução, a secretaria sugeriu que transformasse a sala dos professores em sala de aula. Já com relação às carteiras, alegou não ter recebido nenhum comunicado.
Também passam por situação desagradável os estudantes da Escola Municipal Professora Célia, no município de Japeri, Baixada Fluminense. Por causa de reformas e ampliações, os alunos são submetidos a assistirem as aulas apenas três vezes por semana. Com isso, houve redução de carga horária dos turnos, que antes eram de 4 horas e agora passaram para 3 horas e meia. Os intervalos passaram a ser de 10 minutos ao invés de 35. Outro fator importante a ser mencionado é que, três das 11 salas disponíveis, não estão sendo utilizadas. A quantidade de salas é referente ao atendimento do pré-escolar, do ensino fundamental, ensino médio e educação para jovens e adultos. A secretária municipal de educação de Japeri, Miriam Paz, declarou que a obra será concluída em 4 meses e a escola terá uma melhor infra-estrutura e materiais pedagógicos.

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