quinta-feira, 22 de março de 2007

Banheiro de escola se torna sala de aula

Está difícil manter a regularidade no sistema de educação no Rio de Janeiro. A cada dia vão sendo reveladas as dificuldades que o ensino público passa. O colégio estadual da vez é o Equador, no bairro de Vila Isabel. Alunos que estudam no turno da noite, nas classes de alfabetização e de 1º a 4º série, não têm salas disponíveis. O jeito então é improvisar e tornar os banheiros, quadra de esporte, corredores e refeitórios em áreas de estudo.
Não há infra-estrutura para atender as cinco turmas de educação para esses jovens e adultos que querem aprender a ler e escrever. As carteiras das classes de alfabetização são pequenas, apenas para as crianças, e as salas de aulas já estão ocupadas pelos alunos do ensino médio. Com isso, as turmas que assistem aulas nos banheiros, têm alunos espremidos entre vasos sanitários, pias, chuveiros e as cadeiras que eles levam até o local. Na falta de equipamentos, os estudantes apóiam-se em pedaços de madeiras. O banheiro mede um pouco mais de 10 metros quadrados e não há ventilação.
Sem material como mesa e quadro negro, muitos professores se recusam a levar seus alunos para assistirem aulas em lugares que não são preparados para isso.
O maior desafio dos professores está em manter os estudantes, que têm acima de 50 anos, se esforçando em aprender, mesmo diante dessas adversidades. De acordo com os profissionais que lecionam nessas turmas, a tendência é que não haja um bom rendimento. Um dos alunos, o aposentado Aluíso Mota, de 61 anos, afirma que é difícil estudar com essas condições, mas nem por isso ele pensa em desistir.

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